11 de julho de 2017

150 dias sem fim

E quando eu disse "eu vou", não disse que estaria indo sozinha, mas que também estaria deixando você ir.

Foram 150 dias sem fim. 150 dias sem largar as mãos, ou os dedos... Os corpos já estavam separados, mas os nossos dedos ainda estavam entrelaçados... ou enroscados. Rígidos.
Eles não transmitiam mais segurança, eles faziam era doer.

Quando se está à beira de um precipício e se sabe que vai cair, você agarra com mais força. E machuca mais.
Esse foi o nosso precipício particular.
Eu e você.
Eu e você presos pelo sentimento de insegurança de como seria se pulássemos sozinhos.

150 dias de dor, de choro, de amargura, sem anestesia...
No 151º dia veio o corte. Nós pulamos. E o vendo que varreu os nossos corpos até que estes tocassem o chão era gélido, mas refrescou - e muito - aquela dor do aperto, do apego, do sufoco, do enrosco.

Nada mais havia sobreposto, nada estava certo.
Éramos só nós.

E os nossos dedos deslizaram e se libertaram quando você disse "vai!".

Obrigada!

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