20 de dezembro de 2013

Away ...

Às vezes as inspirações fogem, mas aquilo que se dizer ainda está incrustado na mente, correndo pelas veias e iminente na ponta dos dedos.
É como tentar tocar aquilo que não se vê ... aqui está, mas me pareço tateando no escuro à procura das palavras certas.



3 de dezembro de 2013

Observando por de trás de barras de aço

o corpo avança
o espírito avança
a alma anseia
mas a mente põe todo o resto a se prender
ano após ano
acúmulo
nenhuma brecha por onde se deixe escapar um fio daquilo que se precisa esvair ... certa implosão
o acúmulo causa incomodo
o incomodo causa dor
a dor desperta a mente
que põe tudo a se prender outra vez
ela consegue dominar
sinta então como prisioneira apenas, prisioneira de si
sempre refém da Razão
sempre de braços cerrados
sempre de olhos fechados ... como não houvesse nada a fazer, mas o que fazer?
uma visita inesperada
ela veio, tentou me arrancar de lá ...
confusão
pensamento interrompido, sem conclusão

Apenas IN, totalmente, abalável.

Incômodo é.
Assim como quando me encontro submersa em escuridão e de repente surpreendo com feixes de luz penetrando os meus olhos. Então eu sinto um misto de dor e prazer. Dói se sentir invadido desse jeito, mas é prazeroso descobrir cor onde só predominavam trevas. É incômodo a sensibilidade de se sentir sensível ... É incômodo tentar fechar os olhos pra evitar que isso chegue aqui. É inválido tentar fugir dessas sensações. É inútil por a mão no rosto e fingir não ver. É inevitavelmente curioso sentir isso de novo. É incontestável o querer ... E totalmente insano o medo quem vem, ou que virá, todos os dias em que eu abrir os olhos e pensar em deixar aquela luz entrar outra vez.
Mas é incontrolável, o desconforto ao pensar em não senti-la de novo.